Este não é mais um sítio de religião, como tantos que por aì proliferam. Infelizmente, o mundo religioso está dominado pelo materialismo e pelos interesses de projecção pessoal e financeiro de muitos dos seus líderes. Deturpam a verdade com mentiras e usam a ignorância das pessoas que na sua boa fé neles acreditam, aproveitando-se dos seus bons sentimentos e, quantas vezes, também do seu dinheiro. Não sou devoto de nenhuma religião. Todas as religiões, ainda que possam ter alguns fundamentos de bondade, são conduzidas por homens e para homens, pelo que estão viciadas nos seus caminhos. Eu creio no Senhor Jesus Cristo. A minha "religião" é a Pessoa de Jesus Cristo. A palavra religião significa religar (re+ligare) e, de facto, apenas o Senhor Jesus Cristo re-ligou o que estava separado, isto é, o Homem com Deus (1 Timóteo 2:5,6). É por isso que a minha fé não se baseia nas tradições humanas ou em qualquer religião (seja ela católica, evangélica, ortodoxa ou outra), mas nas Palavras do Senhor Jesus Cristo, tais como se encontram exaradas na Bíblia Sagrada, a única regra de fé espiritual em que faço pautar toda a minha meditação e conduta de vida. (Luz para a Vida)

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Ruína moral e espiritual na Igreja


Logo nos princípios da Igreja, o apóstolo Paulo teve que enfrentar as falsas religiões dos gregos e romanos, e mais tarde os gnósticos, que procuravam introduzir nas igrejas um “conhecimento superior” firmado numa filosofia em que os próprios gregos e romanos se refugiaram por conta do descrédito das suas próprias religiões.
Não satisfeitos com a simplicidade do Evangelho, alguns membros das igrejas daquele tempo foram tentados a “progredir” para uma “esfera mais alta”, inserindo no Evangelho as considerações dos gnósticos. Temos registos da oposição de Paulo a esta situação em várias das suas epístolas.
Também hoje a religião sem Deus ameaça as igrejas que não se mantêm firmes na fé, especialmente no que diz respeito á veracidade absoluta da Palavra de Deus. São tentadas, como foram as do tempo dos apóstolos, a modificar o ensino bíblico adicionando também os preceitos desse moderno “conhecimento superior” e as novas gerações são impregnadas com as suas incongruências.
O apóstolo Paulo anunciou o Evangelho aos que se encontravam em Roma, não se envergonhava do Evangelho, sendo ele o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, e no Evangelho está revelada a justiça de Deus. Estejamos nós também, como ele, prontos a anunciar o Evangelho que revela a justiça do maravilhoso Deus criador, pois tem o fundamento do Senhor Jesus Cristo e sobre ele a Palavra que nos veio pelos santos apóstolos e profetas.
A ruína moral e espiritual do mundo sem Deus é descrita na segunda parte do capítulo 1 de Romanos, do versículo 22 ao fim.
Esta ruina moral e espiritual era notória no tempo de Paulo, no entanto estamos a ver tudo isso novamente nos nossos dias, a começar pela Europa dita cristã. O abandono dos valores morais, o crescimento da criminalidade impune ou sujeita a penas leves e de curta duração, o egoísmo geral, a promiscuidade sexual e a legitimação da homossexualidade, etc., são factos incontestáveis que resultam principalmente das sociedades sem Deus, mas também da religião sem Deus que nos nossos dias prevalecem.
"O homem néscio não sabe, nem o insensato entende isto: quando os ímpios brotam como a erva, e florescem todos os que praticam a iniquidade, é para serem destruídos para sempre" (Salmo 92:6,7).
E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem. Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. (Mateus 7:14)




sábado, 24 de novembro de 2012

GUIA PARA A VIDA CRISTÃ - 1



1. Inicio da Vida Cristã

A humanidade é pecadora por natureza e precisa da justiça de Deus. Devemos afastar-nos do pecado e ser separados para a justiça. Se nos vamos aproximar de Deus, precisamos de o fazer segundo os termos de Deus:

Necessitamos de uma nova vida, na qual os nossos pecados tenham sido perdoados e removidos.

Uma coisa é estarmos convencidos da necessidade de uma nova vida, outra coisa é obter a nova vida.

A palavra de Deus diz-nos que quando somos salvos, somos novas criaturas (2Co 5.17); que passamos da morte para a vida (Jo 5.24); que fomos libertados do império da morte e transportados para o Reino do Filho de Deus (Cl 1.13); que nascemos de novo (Jo 3.3) e que fomos adoptados por Deus (Gl 4.4-5).

Estas maravilhas, que chegam com a nova vida, são oferecidas gratuitamente a todo aquele que confia em Cristo para sua salvação.

O benefício mais empolgante da nova vida em Cristo é a vida eterna (1Jo 5.13).

Iniciamos um relacionamento novo e pessoal com Deus, que nos dá vida em abundância; essa nova vida é uma dádiva, um presente que nunca será perdido.

Deus pode e quer realizar uma mudança completa na vida de todos aqueles que realmente crerem em Cristo.


1.1. Necessidade de uma nova vida

a) A Santidade de Deus (Isaías 6.3 - E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.)

O nosso maior problema é não perceber quem é Deus e como é o seu carácter. Deus não é humano. Ele é Deus, e isto faz com exista um abismo enorme entre aquilo que há de maior em nós e o que há de menor em Deus. A distância entre nós e Deus não pode ser preenchida por nossa iniciativa. Se a distância tem de ser preenchida, ela o é a partir de Deus, pois ele é santo. Ser santo significa "ser separado. Deus está separado do poder, da prática e da presença do pecado, e isto para a absoluta justiça e bondade.

Não há pecado em Deus e Deus não tem nada a ver com o pecado. Portanto se nos queremos aproximar de Deus, isso tem de ser feito segundo as condições colocadas por Deus.

Assim também precisamos de ser santos como Deus é.

Qualquer santidade que não dependa da santidade de Deus não pode ser colocada diante de Deus. Portanto, por causa da santidade de Deus, nós precisamos de uma nova vida em que os nossos pecados tenham sido perdoados e lançados para longe, de modo que possamos realmente estar separados do pecado como Deus está.

Esta é a boa-nova do evangelho: que Cristo morreu pelos nossos pecados, levando-os sobre si e, assim, separando-nos deles.

E esta é a nossa posição diante de Deus: que por causa daquilo que Deus fez, agora nós podemos entrar na sua presença.


b) O pecado de Adão (Génesis 3:6-7 – (6) Vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, que estava com ela, e ele comeu. (7) Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; coseram, pois, folhas de figueira, e cingiram-se.)

Visto da perspectiva humana, o pecado de Adão não parece ser assim tão grave. Tudo o que ele fez foi dar uma dentadinha no fruto.

O pecado de Adão torna-se grave quando verificamos que aquele era o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, o qual Deus proibiu de comer, sob pena de morte (Gn 2.17).

Até esse momento, Adão era moralmente inocente. Quando desobedeceu, tornou-se pecador por natureza. Por causa disso morreu: morreu espiritualmente naquele exacto momento e a partir dali começou também a morrer biologicamente.

Adão foi o primeiro homem a viver sobre a face da terra. De Adão e Eva vieram todos os outros seres humanos que já habitaram a terra. Dessa forma, Adão é o progenitor de todos os outros seres humanos que vieram depois dele.

Semelhantes geram semelhantes. Maçãs geram maçãs; cães geram cães; seres humanos geram seres humanos.

Como Adão se tornou pecador antes de Eva ter gerado qualquer filho, todos os seres humanos que descendem Adão são pecadores como ele (excepto Jesus Cristo que não descende de Adão).

Por causa do pecado de Adão, a morte ataca a raça humana (Rm 5.12-14), assim todo o ser humano precisa de uma nova vida.


c) Pecado individual (Eclesiástes 7:20 - Não há homem justo sobre a terra, que faça o bem e nunca peque.)

Cada indivíduo - homem, mulher ou criança - que compõe a raça humana é um pecador.

Paulo destaca o seguinte em Rm 3.13-16: A garganta deles é sepulcro aberto... veneno de víbora está nos seus lábios, a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura; são os seus pés velozes para derramar sangue

Atentemos para a alta incidência de crimes violentos - assassinatos, abortos assaltos, que assolam nossa sociedade.

Nos caminhos do homem, há destruição e miséria - o homem corrompe tudo aquilo em que toca.

Isto mostra-nos que não há ninguém que busque a Deus e ninguém que faça o que é certo (Romanos 3:10-11). Cada pessoa precisa individualmente da justiça de Deus. Sem ela, ninguém pode chegar à presença de Deus.

Está claro que todos os seres humanos precisam de uma nova vida pelo fato de serem pecadores.


1.2. Caminho para a nova vida

a) Nova vida, dom gratuito (Romanos 6:23 – Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, em Cristo Jesus nosso Senhor.)

Podemos trabalhar para o pecado, mas ele é um senhor cruel. Como é que ele nos paga?
Com a morte, o salário do pecado é a morte - separação de Deus para sempre.

Em contrapartida, Deus não paga salário, pois Ele tem um dom gratuito para oferecer - vida eterna.

Não há nada que possamos fazer para merecer este dom. Se pudéssemos merecê-lo, não seria um dom, seria um pagamento.

Vida eterna, no contexto bíblico, significa vida para sempre, vida que nunca acaba

Jesus disse, "As minhas ovelhas ouvem a minha voz… Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão" (João 10:27-28).

O dom de Deus é a vida eterna. Recebemos este dom quando cremos em Jesus como nosso salvador e Senhor. Tendo a vida eterna, já mais pereceremos.

b) Nova vida baseada na morte de Cristo (Colossenses 1:22 - agora, contudo, vos reconciliou no corpo da sua carne, pela morte, para perante ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis,)

A salvação é gratuita, mas não é barata.
A salvação é um dom e por isso não nos custa nada. Mas custou muito a Deus, custou a vida de Jesus.


O salário do pecado é a morte (separação de Deus), à qual todos os seres humanos estavam condenados.

Mas o dom de Deus é a vida eterna - união eterna da alma com Deus.

Isto só é possível por causa da morte de Jesus na Cruz do Calvário (Rm 6.23). Jesus levou sobre si o castigo do pecado de todos os seres humanos. De todos os que já viveram, vivem e viverão sobre a Terra.

Jesus, quando estava cravado na cruz, clamou: "Eli, Eli, lamá sabactâni" - Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste (Mateus 27.46).

Naquele momento Jesus foi separado de Deus Pai, para que nós não tivéssemos de ser ou ficar separados.

Este é o cerne da expiação. A maravilha disso tudo é que ele fez isso enquanto ainda éramos seus inimigos:

"Mas Deus prova o seu próprio amor para connosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores" (Romanos 5:8).

c) Nova vida, recebida pela fé (Atos16.31 - Responderam eles: Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo, tu e a tua casa.)

Estas palavras ditas ao carcereiro de Filipo são as melhores palavras que alguma vez poderiam ser ouvidas, porque revelam claramente como é que podemos recebemos o dom de Deus - a vida eterna.

Quando recebemos o dom de Deus da vida eterna, dizemos que somos "salvos".

O conceito básico da "salvação" ou de "ser salvo" é a libertação.

Somos libertos da pena do pecado (morte, separação de Deus) e do poder do pecado.

Somos principalmente libertos da presença do pecado e somos levados à presença de Deus.

Recebemos nova vida pela fé: Crendo que Jesus morreu por causa dos nossos pecados; crendo que a sua morte foi em nosso lugar; e crendo que o preço que Ele pagou pelos nossos pecados foi totalmente aceite por Deus Pai.



1.3. Resultados da nova vida

a) Vida eterna (João 5:24 - Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida).

Um dos benefícios que temos na nova vida em Cristo, é o que Bíblia chama de "vida eterna".

Vida eterna: é sinónimo de relacionamento e comunhão com Deus.

Não significa, obviamente, que estávamos-mos mortos fisicamente antes da salvação da alma simplesmente comprova o facto de que entramos num relacionamento novo e pessoal com Deus, que nos dá vitalidade espiritual total que antes não possuíamos (João 17:3).

No contexto bíblico, o termo vida eterna significa, vida para sempre, vida sem fim (perfeita e felicíssima).

Embora não a vivamos, inteiramente completa até futura redenção do nosso corpo (Romanos 8.23), é algo que já possuímos e que nunca perecerá (João 10:28).

A vida eterna não deve ser entendida como algo que possuiremos exclusivamente no futuro.

É, na verdade, algo que pode ser claramente visto em nossos actos.
Assim: "todo assassino não tem a vida eterna permanente em si" (1João 3.15). Na verdade, o amor é a evidência que confirma que possuímos de fato a vida eterna (1João 3.14).

A grandeza desta realidade espiritual constitui um excelente incentivo para proclamação do evangelho àqueles que ainda estão "mortos em delitos e pecados" (Efésios 2:1).


b) Nova natureza (2 Coríntios 5:17 - Portanto, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram, tudo se fez novo).

O termo nova natureza aponta para a transformação espiritual que ocorre no interior do homem quando ele crê no Senhor Jesus Cristo como seu Salvador.


O crente cristão é agora um novo homem em contraste com o velho homem que era antes de se tornar crente (Romanos 6:6; Efésios 2:15; 4:22-24; CoIossenses 3:9-10).

Este conceito de novidade pode ser explicado através da importante escolha entre duas palavras gregas, ambas significando "novo".

O crente não é o velho homem renovado, mas sim um homem novo. Com uma nova família, novos valores, novas motivações e novas posses.

O velho homem ainda está presente na nova vida e expressa-se desprezando acções como por exemplo mentir (Efésios 4:22; CoIossenses 3:9).

O novo homem, para ser visível, deve ser revestido, assim como que uma nova roupa (Colossenses 3.10).

Por outras palavras, a nova natureza deve ser cultivada e nutrida pela vontade de crescer em Cristo. Não devemos voltar a vestir a velha roupa da antiga vida, mas pelo contrário, devemos continuar a crescer nesta nova vida (Efésios 5.8).


c) A justiça de Cristo (Isaías 61:10 – Regosijar-me-ei muito no SENHOR; a minha alma se alegra no meu Deus. porque me cobriu com vestes de salvação, e me envolveu com o manto de justiça, como noivo que se adorna de turbante, e como noiva que se enfeita com as suas jóias.)

Um dos desejos de Deus para o homem, é que ele viva em justiça, ou seja, que viva de acordo com os padrões divinos de ética e de moral (Salmos 15:2; Miquéias 6:8).

Visto que Deus é santo, ele não pode permitir que o pecador vá à sua presença (Isaías 6:3-5). Já que todas as pessoas são pecadoras, ninguém poderia ser salvo sem a intervenção sobrenatural de Deus (Romanos 3:10,23).

As exigências de justiça por parte de Deus e a incapacidade do homem em satisfazê-las compõem um grande problema.

Deus, entretanto, resolveu este problema. Enviou Cristo, que nunca pecou, para morrer por nossos pecados e assim satisfazer a justiça de Deus.

Colocando as coisas de outro modo, Deus castigou Jesus, abandonando-o quando ele estava na cruz, como se ele tivesse cometido todos os pecados de toda a humanidade, embora ele fosse realmente justo.

Assim, agora, quando cremos em Cristo, Deus trata-nos como se nós fossemos justos como Cristo (2 Coríntios 5:21).

A isto podemos chamar de "justiça atribuída" (Romanos 4:6). Dito de outra forma, Deus colocou na nossa conta espiritual o valor inesgotável do próprio do próprio Senhor Jesus Cristo

É triste constatar que há pessoas que recusam crer que uma bênção tão abundante como esta possa ser alcançada, e gratuitamente (Efésios 2:8-9).

Apesar disso, a Palavra de Deus, a Bíblia exorta a todos os seres humanos que creiam em Jesus Cristo como Salvador e sejam, assim, considerados justos diante de Deus (Romanos 4:24).


d) Introduzido na família de Deus (1 João 3:2 - Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque assim como é, o veremos.)

De uma forma geral todos os homens e mulheres são criação de Deus, são geração de Deus (Actos 17:28-29).

Este facto no entanto, não é suficiente para compensar o preço do pecado, porque todos são pecadores e separados de Deus (Romanos 3:23).

Assim, para um pecador se tornar um filho de Deus, tem que acontecer uma transformação milagrosa. A Bíblia chama a essa mudança -"nascer de novo" (João 3:3).

Quando um indivíduo coloca sua fé em Cristo como seu Salvador, nasce de novo num novo relacionamento familiar e espiritual com Deus (Gálatas 3.26).

Ele passa a ter Deus como Pai e ter outros cristãos como irmãos e irmãs (Efésios 4:6; Colossenses 1:2).

É importante notar que o termo "amor fraternal", que os cristãos devem ter uns para com os outros, não é usado referindo-se a amar os outros como se fossem irmãos, mas sim, é sempre usado referindo-se a amar aqueles que realmente são nossos irmãos.

Assim na fé cristã, realmente somos irmãos e irmãs de outros cristãos. (Romanos 12:10; 1Tessalonicenses 4:9; Hebreus 13:1; 1Pedro 1:22; 3:8).

Não somos escravos de um senhor, somos filhos livres, possuindo todos os direitos e privilégios da filiação (Gálatas 4:1-5). 

Um desses benefícios é o facto de podermos usar o termo Aba Pai, dirigindo-nos a Deus. Termo este que significa para nós cristãos, podermo-nos dirigir ao Pai com grande afectividade e intimidade (Romanos 8:15; Gálatas 1:5).

Esse relacionamento familiar que agora temos com Deus Pai e com os irmãos, deve ser aperfeiçoado e purificando dia a dia.

e) Capacitado por Deus (Actos 1:8 - Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra.)

Uma entre muitas desculpas para que as pessoas não se tornarem cristãs, é o medo de não conseguirem viver uma vida cristã.

Esta consideração ignora o ensino que nos diz que os homens não podem ser salvos através das suas obras (Tito 3:5), como também rejeita o facto de que Deus nos dá poder para vivermos uma vida cristã.

O Senhor Jesus Cristo antes de ser crucificado, prometeu que o Espírito Santo viria para ajudar os crentes (João 16:13-14). Os eventos subsequentes do Livro de Actos fornecem amplas evidências do cumprimento desta profecia (Actos 4:7,33; 6:8).

O poder do Espírito Santo não foi designado unicamente à Igreja primitiva.

Todos os cristãos são templo do Espírito, e desse modo, têm o seu poder à disposição (1 Coríntios 6:19).

O cristão que luta com as suas próprias forças para viver uma vida cristã certamente irá fracassar. Pela fé, cristão deve apropriar-se diariamente do poder do Espírito Santo (Romanos 8:4-6).

De uma forma prática, isto significa que o crente deve confiar que o Espírito vai dar-lhe poder em situações específicas, como compartilhar a sua fé com outros, resistir à tentação, ser fiel, etc.

Não existe forma a não ser pela fé, que o poder do Espírito está no crente. É uma questão de crer e o Espírito capacitará.


1.4. Vivendo a nova vida

a) Promessa de Deus (Tito 1:2 - na esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos eternos,)

Por vezes, os crentes duvidam da sua salvação ou porque não se acham merecedores ou porque continuam a sentir-se pecadores, pois não têm sempre presente que a base para a salvação é a promessa de Deus e não os sentimentos ou as emoções.

 Deus está completamente envolvido na Salvação: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.

Promessa e a obra do Pai na nossa salvação. Ele prometeu aceitar graciosamente em Cristo todos os pecadores arrependidos (Efésios 1:6; CoIossenses 3:3). Isso significa que um crente recebeu o direito de ir para o céu porque está em Cristo. Deus garante-nos que fará com que todas as coisas cooperarem para o nosso bem (Romanos 8:28).

Promessa e a obra do Filho. Ele nos prometeu vida eterna (João 5:24) e vida abundante (João 10:10). E isto é válido para o nosso destino futuro no Céu, como também para a nossa existência cristã actual aqui na Terra. Neste momento Cristo intercede por nós e ministra-nos junto do Pai (Hebreus 8:1; 9:24).

Promessa e obra do Espírito Santo. O Espírito Santo habita no crente (João 14:16-17), como também coloca todos os pecadores convertidos/crentes no corpo de Cristo, assegurando-nos a união com o próprio Deus (1 Coríntios 12:13-14).


b) Testemunho do Espírito (1 João 3:24 - E aquele que guarda os seus mandamentos permanece em Deus, e Deus nele. E nisto conhecemos que ele permanece em nós: pelo Espírito que nos deu.)

Mesmo sendo verdade que o crente não se sente ou não precisa de se sentir sempre espiritual para ter a nova vida em Cristo, também é verdade que esse sentimento têm um papel fundamental na nossa salvação.

Mas tanto Paulo (Romanos 8:16) como João (1 João 3:24) informam que podemos experimentar esse testemunho interior do Espírito Santo com o nosso espírito.

Isto Significa que desfrutamos da tranquila confiança dada pelo Espírito de que, de facto, passamos da morte para a vida.

Significa que, agora, podemos chegar-nos ao poderoso Deus Criador de todo o universo e chamá-lo de Aba Pai (Romanos 8:15). Aba é um termo pessoal e íntimo em referência aos pais.

Antes do Pentecostes, somente o Senhor Jesus tinha usado este termo dirigindo-se a Deus Pai (Marcos 14.36).

Agora podemo-nos achegar ao trono da graça com confiança (Hebreus 4:16).



c) Vida transformada (1 Coríntios 6:11 - E tais fostes alguns de vós. Mas fostes lavados, mas fostes santificados, mas fostes justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus.)

Que grande mudança acontece na vida de um individuo, quando Jesus entra no seu coração. Sem dúvida a maior prova do novo nascimento é uma vida transformada.

Agora, de repente, o convertido, o filho de Deus ama Jesus, segue com Jesus. Antes da conversão o pecador poderia ter Cristo em alta estima, mas só após conversão ele ama o Salvador (1 João 5.1-2).

Ama a Palavra de Deus. Devemos amar a Palavra de Deus como o salmista fez no ele expressa seu grande amor pela Palavra de Deus (Salmo 119 24,40,47,48,72,97,103,111,113,127,129,140,143,159,162, 165,168).

Ama os outros cristãos. "Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos ... "(1João 3:14).

Atenta para uma vida pura. João diz que, se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele (1Jo 2:15-17).

Deseja as coisas de Deus. "Falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor, com hinos e cânticos espirituais" (Efésios 5:19).


sábado, 17 de novembro de 2012

CRISE - investimento na aparência


Na sociedade actual, cada individuo busca o benefício e o prazer próprio, tendo consequências directas no comportamento individual e colectivo; quer na vida pessoal quer na vida profissional.

A sociedade actual não promove o fazer bem e o bom profissionalismo, antes promove a carreira profissional no sentido único do enriquecimento financeiro para uma melhor qualidade de vida, entendendo como tal a maior acumulação possível de bens materiais.

O ser humano foi concebido mais para ser e menos para ter. No entanto a actual sociedade vive uma cultura do ter em absoluto detrimento do ser, promovendo  a ganância e o constante  investimento na aparência.

A Bíblia ensina:
 “Jesus dirigiu-se à multidão: Tenham cuidado! Não se deixem dominar pela ganância, porque a vida de qualquer pessoa não depende da abundância dos seus bens. A seguir apresentou-lhes esta parábola:
A quinta dum certo rico tinha dado uma grande colheita. E o rico pôs-se a pensar assim: Que hei-de eu fazer? Não tenho onde guardar a minha colheita! Já sei: deito abaixo os celeiros e faço outros maiores, onde guardarei o trigo e todos os meus bens. Depois poderei dizer para comigo: És feliz! Tens em depósito tantos bens que te vão dar para muitos anos. Não te rales: come, bebe e diverte-te.” Mas Deus advertiu-o: “Louco, esta noite vais morrer, e o que tens guardado para quem será?
Jesus concluiu: Assim acontecerá àqueles que só amontoam riquezas para si, mas que não são ricos aos olhos de Deus.”
(Bíblia para todos – Lucas 12:15-21)


terça-feira, 6 de novembro de 2012

DOUTRINA DA PROSPERIDADE (2)



Uma das principais ervas daninhas que tem proliferado à volta do Cristianismo é a doutrina da prosperidade, que nada mais é que uma doutrina distorcida a respeito de Deus, de forte conteúdo materialista e que tem seduzido a muitos e os desviado da verdade.

Quando falo da “doutrina da prosperidade”, não falo apenas de seitas religiosas ou de uma denominação, mas de um movimento que se tem infiltrado com as suas ideias em diversas denominações e grupos evangélicos, principalmente os pentecostais, sendo, por isso mesmo, uma das mais perigosas heresias na atualidade. Os seus conceitos têm invadido as mentes de muitos crentes, provocando grandes prejuízos espirituais.

O apóstolo Paulo foi claríssimo ao afirmar que se esperarmos em Cristo só para as coisas desta vida seremos os mais miseráveis de todos os homens (1Co 15:19). É esta a triste situação espiritual dos milhões que têm procurado Jesus única e exclusivamente para terem a “prosperidade” apregoada pelos falsos mestres da atualidade, eles mesmos escravos da ganância (2Pe 2:3).

Há uns anos atras, a pregação evangélica, principalmente pentecostal, enfatizava que os cristãos não deveriam apegar-se às riquezas materiais, aos interesses terrenos, pois Jesus nos ensinou que aqui somos apenas peregrinos (1Pe 2:11), pois o nosso lugar é o Céu (João 14:1-3), e que não deveríamos juntar tesouros aqui (Mt 6:19,20; Lc 12:23). Mas, veio a doutrina da prosperidade dizer que o cristão deve ser próspero financeiramente e viver sempre livre de qualquer enfermidade. Quando isto não acontece, é porque ele deve estar em pecado, não tem fé ou vive sob o domínio do diabo. Chegam ao ridículo de dizer que Jesus nasceu de uma virgem zero km, entrou em Jerusalém montado num jumento zero km e, na sua morte, foi sepultado num túmulo zero km. Como se vê, é uma interpretação forçada da Palavra Deus para se justificar erros, heresias e interesses duvidosos.

Os doutrinadores da prosperidade ensinam que todos os cristãos devem ser ricos financeiramente, ter o melhor salário, a melhor casa, o melhor carro, uma saúde de ferro, e que toda enfermidade vem do diabo. E que se o cristão não vive nesta prosperidade, é por falta de fé ou porque que há pecado na sua vida, desprezando, assim, soberania de Deus.

A soberania de Deus é a doutrina que afirma que Deus é supremo, tanto em governo quanto em autoridade sobre todas as coisas, mas para os doutrinadores da prosperidade, a soberania de Deus não é levada muita a sério, pois os verbos que imperam são: exigir, decretar, determinar, reivindicar, ao invés de pedir, rogar, suplicar, etc. Jesus, porém, ensinou-nos a pedir e não exigir (Mt 7:7; Lc 11:9; João 16:24; Sl 27:4; Pv 30:7; Zc 10:1.)

A maligna e perversa doutrina da prosperidade tem feito de ricos, pobres da presença de Deus e de pobres, ricos sem Deus. Pois “o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1Tm 6:10).

O apostolo Paulo talvez tivesse sido rico, mas depois que teve contato com Cristo viveu sem riquezas: "... aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas tenho experiência, tanto a ter fartura, como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade"(Fp 4:11-12).

Veja o que o Espírito Santo nos ensina sobre o desejo de se tornar rico, usando o apóstolo Paulo: “Mas os que querem tornar-se ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, as quais submergem os homens na ruína e na perdição” (1Tm 6:9).

É necessário estarmos conscientes de que o conceito de prosperidade não pode ser reduzido à posse de dinheiro e bens materiais. Existem pessoas que possuem muito dinheiro sem, contudo, serem prósperas. Existe um alto índice de dependência de drogas, prostituição, divórcios e suicídios entre as pessoas da classe alta nas sociedades de todo mundo.

É necessário estarmos conscientes de que ser pobre, perseguido ou estar enfermo, não significa necessariamente estar em pecado. Vejamos as seguintes passagens da Bíblia:” Pois nunca deixará de haver pobre na terra; pelo que te ordeno, dizendo: Livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado, e para o teu pobre na tua terra” (Dt 15:11). ” Porquanto sempre tendes convosco os pobres...” (Mt 26:11). “O que oprime o pobre insulta àquele que o criou, mas o que se compadece do necessitado o honra” (Pv 14:31). “Melhor é o pobre que anda na sua integridade do que o perverso de lábios e tolo” (Pv 19:1).” O que o homem mais deseja é o que lhe faz bem; porém é melhor ser pobre do que mentiroso” (Pv 19:22).” O rico e o pobre se encontram; a todos o Senhor os fez”(Pv 22:2). ” Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo e salvo, pobre, e montado sobre um jumento, e sobre um jumentinho, filho de jumenta (Zc 9;9).” Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu”(Ap 3:17).

Os doutrinadores da prosperidade dizem que por se ser filho de Deus, temos o "direito" de termos o que quisermos! Vejamos, como exemplos, algumas refutações bíblicas:

- Jesus não tinha onde reclinar a cabeça ( Mt 8:20).
- Paulo viveu em constante pobreza ( Fp 4:11).
- Jesus pediu ao rico para desfazer-se dos bens ( Lc 18:22).
- Os que querem ficar ricos caem em tentações (1Tm 6:9).
- Não podemos servir a Deus e as riquezas (Lc 16:13).
- A oração que não é atendida: para gastar no luxo (Tg 4:3).
- Na oração do Pai Nosso não há indicação de pedirmos além do necessário ("de cada dia..." - Mt 6:11).
- O servo de Eliseu apanhou lepra pela cobiça (2Rs 5:20-27).
- "Não ajunteis tesouro na terra..." (Mt 6:19).
- José e Maria eram humildes. A sua oferta de sacrifício no templo foi um par de rolas (Lc 2:22), a mais simples oferta (veja Lv 12:6-8).
- A fascinação da riqueza sufoca o crescimento espiritual (Mc 4:19).
- Pedro e João não tinham oferta para dar ao paralítico (At 3:6).
- Moisés abandonou a sua riqueza e "status", para servir a Deus e ao Seu povo (Hb 11:24-26).
- A cobiça levou o povo de Israel a desobedecer e ser derrotado (Js 7:1-26).
- Deus usou Gedeão, da família mais pobre de Manassés, para libertar Israel (Jz 6:15).
- Jó, um justo, passou por um período de pobreza total (Jó 1:9-12).
- Em Jerusalém, a maioria dos crentes era muito pobre, mas Paulo não os tratou com desdém, mas chamou-os de Santos: “Porque pareceu bem à Macedônia e à Acaia levantar uma oferta fraternal para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém”(Rm 15:26).

A Bíblia ensina que nem a pobreza nem a riqueza são virtudes. A Palavra de Deus, aliás, em momento algum trata a pobreza com desdém. A vida do homem não se constitui dos bens que possui (Lc 12:15). Não devemos ir para um extremo, nem para o outro (Pv 30:8,9). Qualquer extremo é perigoso.

É verdade que a riqueza é bênção de Deus, desde que adquirida de maneira honesta e não vise exclusivamente aos deleites deste mundo (Tg 4:3). Caso contrário, seremos escravizados por ela.

Infelizmente, nos nossos dias, muitos crentes passaram a observar a sua fé como um mecanismo de prosperidade material e, com isto, desviam-se dos objetivos traçados pelas Escrituras Sagradas. Não nego que Jesus tenha bênçãos materiais para a Sua Igreja, mas, definitivamente, não é para isto que a Igreja foi constituída e não é este o propósito para ela estabelecido pelo Senhor. Quando mudamos a diretiva divina de salvação de almas e aperfeiçoamento dos santos para uma diretiva de busca de prosperidade, a encaminhar-nos a ser apostatas. O materialismo é uma das principais marcas do espírito do Anticristo, cujo reinado sempre beneficiará os mercadores (cf Ap:18), que serão os que mais lamentarão a queda de seu sistema iníquo.

Não é à toa que a primeira expressão da igreja de Laodicéia, que é o retrato da igreja apóstata dos dias do arrebatamento, seja “rico sou e de nada tenho falta” (Ap 3:17), a mostrar que esta igreja tinha, em primeiro plano, a preocupação com as riquezas, com os bens materiais.

Urge modificarmos este pensamento que está incrustado na Igreja, levando muitos à apostasia. Muitos já não pensam nas almas, mas nos dízimos e ofertas; outros não estão preocupados com a obra de Deus, mas com os cifrões dos seus salários. Muitos não querem saber de buscar a Deus para ter bênçãos espirituais, para serem instrumentos de salvação e de aperfeiçoamento de outros crentes, mas querem enriquecer com campanhas, sacrifícios, etc. São pessoas que vivem como o mundo, que têm as mesmas preocupações e propósitos que o mundo e que, portanto, pertencem a este vasto grupo onde o amor está a esfriar pelo aumento da iniquidade e que, ao buscar riqueza material, não vê que se comporta como um pobre, desgraçado e nu. Vigiemos e não entremos nesta onda, que nos levará a maus resultados.

Portanto, a teoria da prosperidade é diabolicamente perversa e mentirosa, porque induz os filhos de Deus a buscarem a riqueza, por concluírem ser esta de grande importância.

Se deseja saber mais acerca deste assunto,
contacte-me para: alfredopsilva@gmail.com