A previsão foi feita em simulação de guerra realizada este
mês para testar a coordenação entre o Pentágono e o comando no Golfo Pérsico. Um exercício de simulação de guerra realizado este mês
para analisar as possíveis repercussões de um ataque israelita ao Irão, previu que
caso isso aconteça poderá desencadear-se uma guerra regional que
tornaria necessária a participação dos Estados Unidos e até mesmo colocaria em
risco milhares de americanos, segundo autoridades.
As autoridades militares disseram que o chamado “jogo de guerra”
não foi concebido como um ensaio para a ação militar dos Estados Unidos - e
também enfatizaram que os resultados do exercício não são necessariamente uma
prévia do resultado de um conflito de verdade. Mas a simulação certamente gerou
temores entre os responsáveis de alta patente que afirmaram que é praticamente
impossível evitar qualquer envolvimento dos EUA no confronto crescente com
o Irão.
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelita e o
presidente dos EUA, Barack Obama, reúnem no Salão Oval da Casa Branca, em
Washington
Os resultados do jogo de guerra foram particularmente
preocupantes para o general James N. Mattis, que comanda todas as forças
militares dos EUA no Médio Oriente, Golfo Pérsico e sudoeste da Ásia, de acordo
com oficiais que participaram na estratégia e falaram sob condição de
anonimato.
Quando o exercício foi concluído no início deste mês,
segundo as autoridades, Mattis disse aos seus assistentes que um ataque
israelita provavelmente teria consequências em toda a região e que também
afetaria as forças militares dos EUA naquela área.
O exercício foi projetado especificamente para testar
as comunicações internas e as coordenações entre as equipes de confrontos do
Pentágono em Tampa, Flórida, onde fica a sede do Comando Central, e no Golfo
Pérsico, no caso de um possível ataque israelita. Mas o exercício foi criado
para avaliar uma situação que pode acontecer realmente.
No fim, o jogo de guerra acabou reforçando para os
oficiais militares americanos a imprevisibilidade dos resultados caso um ataque
israelita seja realizado e haja um contra-ataque por parte do Irão, disseram os
oficiais.
Tanto a inteligência americana quanto a israelita
concordam plenamente sobre o progresso que o Irão tem feito para enriquecer
urânio. Porém eles discordam na questão de quanto tempo teriam para impedir o
Irão de construir uma arma, caso os líderes de Teerão decidam continuar com o
projeto.
À medida que os israelitas dizem publicamente que a
oportunidade para impedir que o Irão construa uma bomba nuclear está a diminuir
cada vez mais, os oficiais americanos dizem acreditar que um ataque israelita
ao Irão pode acontecer. Eles disseram acreditar que Israel possivelmente daria
aos EUA pouco ou quase nenhum aviso caso os oficiais israelitas tomem a decisão
de atacar as instalações nucleares iranianas.
Imagem de satélite mostra complexo militar de Parchin,
no Irão
Manobras - Os oficiais afirmaram que, de acordo com alguns
acontecimentos, o Irão acredita que Israel e os EUA seriam parceiros em
ataques contra instalações nucleares iranianas e, portanto, considerariam a
força militar americana presente no Golfo Pérsico como cúmplices desse ataque.
Jatos iranianos perseguiram aviões israelitas após o ataque, e os iranianos
lançaram mísseis contra um navio de guerra dos EUA no Golfo Pérsico, o que foi
visto como um ato de guerra que permitiu uma retaliação americana.
Internal Look (Olhar Interno, em tradução livre), é um
dos exercícios mais significativos do Comando Central e é realizado duas vezes
por ano para analisar como a equipe nos postos de comando e quartel-general
reagiriam em diversas situações reais de confronto.
No decorrer dos anos, tem sido utilizado como uma
forma de preparo para várias guerras que ocorreram no Médio Oriente. Segundo o
site de defesa Globalsecurity.org , os estrategas militares utilizaram o
programa durante a Guerra Fria para se prepararem contra um movimento feito
pela União Soviética para tomar 16 campos de petróleo iranianos.
Alguns especialistas militares nos EUA e em Israel que
avaliaram as potenciais
ramificações de um ataque israelita acreditam que a última
coisa que o Irão quer é uma guerra em grande escala no seu território. E argumentam
que é provável que o Irão não ataque diretamente alvos americanos, sejam eles
navios de guerra no Golfo Pérsico ou bases militares na região.
A análise, no entanto, estabelece também a conclusão
de que não é possível prever totalmente a orientação dos líderes iranianos.
"Uma guerra não é um piquenique", disse o ministro de Defesa
israelita, Ehud Barak, à Rádio Israel em novembro. Caso Israel seja forçado a
reagir, a retaliação seria algo suportável, ele disse.
"Não haverá 100 mil, 10 mil nem sequer mil
mortos", disse Barak. "O Estado de Israel não será destruído."
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