
Futuro da Casa da Música ameaçado.
O modelo económico da Casa da Música, no Porto, entrou em crise e está a perigar a sua missão.
O administrador delegado da Casa da Música, Nuno Azevedo, afirmou hoje, no Porto, que o modelo económico da Fundação "entrou em crise", acrescentando que a sustentabilidade da sua missão "está em risco".
"A Casa da Música não pode fazer milagres e estamos num contexto onde a crise do modelo económico está a contaminar a própria missão da Fundação", disse Nuno Azevedo, que falava numa palestra na Faculdade de Economia do Porto.
O administrador delegado afirmou que "a sustentabilidade da missão da Fundação da Casa da Música, que está inscrita em decreto-lei, está em risco", mostrando-se "disponível" para ajudar a resolver este problema.
Segundo o responsável, "não é possível perspetivar o futuro da CdM, não é possível ter uma visão do que se quer ser no futuro sem criar simultaneamente no presente condições para assegurar essa sustentabilidade".
Considerando ser necessário "resolver o problema" uma vez que sustentabilidade e futuro são "as duas faces de uma mesma moeda", Nuno Azevedo afirmou "estar disponível" para ajudar a encontrar soluções, sem adiantar, no entanto, se tem disponibilidade para manter-se no cargo.
Programação reduzida para metade
Na palestra, promovida pelo Núcleo de Investigação em Finanças Públicas e Política Monetária, o responsável considerou que a Fundação "é uma parceria público privada de sucesso", porque o seu modelo económico permitiu obter, até 2011, um "duplo equilíbrio" entre receitas fixas/custos fixos e custos variáveis/receitas variáveis.
Contudo, adiantou, com as medidas de austeridade impostas, designadamente o corte de 1,5 milhões de euros que a CdM sofreu em novembro de 2011, a situação alterou-se.
Este ano, com um corte no subsídio do Estado à CdM de dois milhões de euros (nos 10 milhões protocolados), a situação já obrigou a uma redução da programação "em 50%".
Expresso Sábado, 10 de março de 2012 |
Vivemos tempos difíceis. Austeridade em tudo e para todos. Mesmo na música. Assim procurem-se novas estratégias, use-se a imaginação e “toca” a poupar. Veja-se o exemplo a baixo: uma banda, cinco elementos, um só instrumento.
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